domingo, 9 de outubro de 2011

Estrangeirismos,uma importante ferramenta para a comunicação

Essa semana o assunto em sala de aula foi  Estrangeirismo ,Dialogismo,enfim… “Muito pano pra manga”…
Lemos uma excelente entrevista do filósofo Evanildo Bechara feita para o jornal O Estado de Sp e publicada posteriormente no site: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=24773 , para quem quiser ver a entrevista na íntegra é só acessar .

 Conversamos sobre processo de formação das palavras e foi sugerido que após a discussão emsala de aula que os alunos acessassem o Blog para esponder a questão que seria criada .

Meus queridos , segue abaixo o trecho da entrevista e no próximo post o texto Hamburgers x Hamburgueres . Vocês tem uma semana para responder .(Sem pressão…)
O filósofo Evanildo Bechara,defende uma convivência pacífica com os estrangeirismos.

(…) Pergunta :É fato que o português está sendo invadido por expressões inglesas ou americanizadas - como background, playground, delivery, fast food, baby sitter, download… Isso o preocupa?

Resposta: Não. É preciso diferenciar língua e cultura. O sistema da língua não sofre nada com a introdução de termos estrangeiros. Pelo contrário, quando esses termos entram no sistema têm de se submeter às regras de funcionamento da língua, no caso, o português. Um exemplo: nós recebemos a palavra xerox. Ao entrar na língua, ela acabou por se submeter a uma série de normas. Daí surgiram ‘xerocar’, ‘xerocopiar’, ‘xerografar’, enfim, nasceu uma constelação de palavras dentro do sistema da língua portuguesa.

Pergunta: Então esse processo não é ruim?

Resposta: É até enriquecedor, pois incorpora palavras. Não há língua que tenha o seu léxico livre dos estrangeirismos. A língua que mais os recebe, curiosamente, é o inglês, por ser um idioma voltado para o mundo.

Hoje fala-se ‘delivery’. Mas poderíamos dizer ‘entrega a domicílio’. E há quem diga que o correto é ‘entrega em domicílio’. Será? Na dúvida, há quem fique com o ‘delivery’.

A palavra inglesa ‘delivery’ não chegou a entrar no sistema da nossa língua, pois dela não resultam outras palavras. Apenas entrou no vocabulário do dia-a-dia, no contexto dos alimentos. Agora deram de falar que ‘entrega em domicílio’ é melhor do que ‘entrega a domicílio’. Não sei de onde isso saiu, porque o verbo entregar normalmente se constrói com a preposição ‘a’. Fulano entregou a alma a’ Deus. De qualquer modo, a língua se enriquece quando você tem dois modos de dizer a mesma coisa.

Pergunta: E por que usar ‘delivery’ se temos uma expressão própria em português? Não é mais um badulaque desnecessário?

Resposta: Não sei se é badulaque, o fato é que a língua, que não tem vida independente, também admite modismos, além de refletir todas as qualidades e os defeitos do povo que a fala. Estrangeirismos aparecem, somem e podem ser substituídos por termos nossos. Foi o que aconteceu com a terminologia clássica e introdutória do futebol no Brasil, quando se falava em goalkeeper, off side, corner. Com o passar do tempo e sem nenhuma atitude controladora, os termos estrangeiros do futebol foram dando lugar a expressões feitas no Brasil, como goleiro, impedimento, escanteio. Pior que estrangeirismo é quando leio em artigos de jornal expressões como ‘tá bom’. Isso é muito mais prejudicial ao destino do português do que o estrangeirismo que vai e volta. (…)

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