Quem passeia pelas cidades brasileiras, preferivelmente a pé, não pode deixar de observar a variedade de nomes dados a estabelecimentos comerciais de diferentes atividades e de serviços. Botar um nome fácil de lembrar, engraçado e original é realmente uma arte. Pensar num nome que chame a atenção do público exige uma boa dose de criatividade, bastante reflexão com a finalidade de adequar o nome ao ramo de atividade e ao serviço prestado.
Por exemplo, uma loteca com o nome de “Bidu da Sorte” vai ao encontro da atividade específica - a de atrair apostadores esperançosos de se tornarem milionários. Alguns lojistas brasileiros são tão criativos que parecem ter recorrido a profissionais na área de publicidade e propaganda para batizar os seus negócios.
Há vários exemplos do uso da linguagem de forma criativa. Um determinado hospital veterinário ou “pronto-socorro” para cães e gatos recorre ao vocábulo “zoo” e o verbo “correr” para produzir o nome “Pronto Zoocorro Pet Shop”, fazendo assim a associação com o conhecido vocábulo “pronto-socorro”.
Alguns usuários mais puristas podem até lamentar a presença, nesse nome, de palavras de origem estrangeira, como pet em vez de “bicho de estimação” ou, no limite, até a ausência do belo vocábulo de origem tupi-guarani “xerimbabo”, diga-se de passagem, devidamente dicionarizado.
John Robert Schmitz é professor do Departamento de Linguística Aplicada, Instituto dos Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
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